sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A SOLIDÃO DO NOME











velho ! velho...!
tudo era velho .

seu teto era velho,
seu piso era velho.
seu sentimento era velho...
e naufragava em um mar sem porto.

velho seu sapato,
suas meias , seu casaco.
seu choro era velho...

velha sua angústia ,sua aflição...mágoa.

ali os anos tinham bocas enormes,
engoliam os calendários.

desbotando as cores
dos seus velhos sonhos.

pois até as demolições eram velhas,
giratorias e sem protocolos.

até que um dia
seu velho espelho
mirou seu velho rosto.

e sem cerimônia
assobiou-lhe
uma velha
canção
de morte.




(moisés poeta)



7 comentários:

Anônimo disse...

Canção derradeira... poema forte!

Gostei, Moisés.

Beijos, ótimo fim de semana para vc!

ju rigoni disse...

Moisés, que poema!

Instigante e forte, em perfeito contraponto com essa dormencia e fragilidade do tudo que nos rodeia.

Bjs e inté!

Sandra Gonçalves disse...

E é assim...
A vida não preserva o velho...
Mas a morte o abraça, sem misericordia...
Bjos meus!

*Mundo Particular* disse...

Olá!! vim retribuír-lhe a visita.
Obrigada e pra vc bom inicio de semana!!

Unknown disse...

Vim te agradecer as palavras de carinho e me deparo com esse poema...
Forte, profundo e, no entanto, tão singelo. Tudo tão repentino na vida e na morte. Adorei!

Jéssyca Carvalho disse...

Triste (ou não?) vida essa nossa, que passa, que envelhece, que se deixa levar...
Felizes os que podem com ela lidar:
fazer poesia, sorrir e cantar?
Poderia ser uma distração,
pra essa vida toda de resignação...

Muito muito bom!

Daniela Delias disse...

Moisés! Passei por aqui para retribuir a visita e conhecer o teu espaço! Tudo por aqui é muito bonito...a palavra "calendário", e tudo o que ela carrega, me encanta, sempre...talvez por isso a identificação imediata com esse lindo poema! Bjos, sigo-te do lado de cá!