Lázaro , Lázaro !
Sou atento ao paraíso que te chamou pelo nome .
quando tudo era silêncio , quando nada se movia.
Porém aqui tudo que escuto é diferente.
aqui os signos tombam e nenhum Deus reverbera.
Será que é medo essas manhãs sem algarismos ?
Também corri atrás da mesma luz que você.
atrás do mesmo chamado , na superfície mais doce da fábula.
E sei do lenho entre as pedras.
dos gestos que não vingam.
mas que se repetem na nossa épica jornada.
Aqui a luz é pouca , Lázaro!
cíclica , foge ao compromisso de ser grande
e não sugere um novo pacto.
Sua tarefa é cada vez mais onerosa.
sem milagres , e sem o brilho secreto para gerar novas sementes.
Apenas esse roteiro indecifrável é a nossa eternidade.
com suas asas , e suas danações.
Aqui a luz é pouca , Lázaro !
mas sou atento áquela voz que te chamou pelo nome .
E de algumas mortes
Também sei voltar .
(Moisés Poeta)
(Moisés Poeta)