quando a hora dobra em triste dardo toque.
em noite horrenda vejo escoar-se o dia.
quando vejo esvair-se a violeta.
ou que a prata a tempora preta assedia.
quando vejo sem folha o tronco antigo.
que ao rebanho estendia a sombra franca.
enfeixado agora o verde trigo.
seguir no carro a barba hinsurta e branca.
sobre tua beleza então questiono
que há de sofrer no tempo a dura prova,
pois a graça no mundo em abandono.
morre ao ver nascendo a graça nova.
contra a foice do tempo é vão o combate.
resta a prole que o enfrenta,
se o mesmo te abate.
domingo, 27 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
MARIO QUINTANA
mario quintana enxergava longe.
alguns de seus poemas deixava claro o seu apreço pela metafisica.
aquele pensamento que transcende o normal.
brindou-nos com textos memoraveis , reflexivos...
tudo isso sem se preocupar com formas acadêmicas.
aqui um pequeno exemplo de como a simplicidade é sutilmente abordada,
dando vazão a inúmeras reflexões.
( Olho em redor do bar em que escrevo essas linhas .
aquele homem ali no balcão , caninha após caninha ,
nem desconfia que se acha conosco desde o inicio das eras.
pensa que esta somente afogando problemas dele ...
João da silva... ele esta é bebendo
a milenar inquietação do mundo. )
( mario quintana)
alguns de seus poemas deixava claro o seu apreço pela metafisica.
aquele pensamento que transcende o normal.
brindou-nos com textos memoraveis , reflexivos...
tudo isso sem se preocupar com formas acadêmicas.
aqui um pequeno exemplo de como a simplicidade é sutilmente abordada,
dando vazão a inúmeras reflexões.
( Olho em redor do bar em que escrevo essas linhas .
aquele homem ali no balcão , caninha após caninha ,
nem desconfia que se acha conosco desde o inicio das eras.
pensa que esta somente afogando problemas dele ...
João da silva... ele esta é bebendo
a milenar inquietação do mundo. )
( mario quintana)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
VIVENTES (cotidiano)
Rubro , um grito seco
rasga o dia.
Onde o som de um martelo
ecoa...!
Eis a sentença :
ali! bem ali...!
onde reinava uma batida enfurecida
dorme agora a carne inútil
assentada na margem do dia.
do caos...
Mas é apenas mais um dia como outro qualquer,
apenas mais um dia com seus minutos se esgotando em seus proprios túneis.
Apenas mais um dia , que nem viu a morte mordendo seus passos.
E muito menos viu
A ultima metamorfose
daquele
pensamento
distante.
(moisés poeta)
rasga o dia.
Onde o som de um martelo
ecoa...!
Eis a sentença :
ali! bem ali...!
onde reinava uma batida enfurecida
dorme agora a carne inútil
assentada na margem do dia.
do caos...
Mas é apenas mais um dia como outro qualquer,
apenas mais um dia com seus minutos se esgotando em seus proprios túneis.
Apenas mais um dia , que nem viu a morte mordendo seus passos.
E muito menos viu
A ultima metamorfose
daquele
pensamento
distante.
(moisés poeta)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
em brasilia os ratos continuam circulando livremente , são ratos de colarinho branco , que roubam á luz do sol , da lua... sob qualquer luz . enquanto milhares de pessoas passam fome em nosso pais , vivem em condições precarias , muitos de nossos politicos se ajeitam com pacotes de dinheiro em toda parte do corpo. eles não roubam apenas nosso dinheiro , eles roubam tambem nossa esperança de um dia vermos um brasil decente.
¨ A CRÔNICA DOS RATOS ¨
o modelo elitista
a direita fascista
a esquerda oportunista.
(nem sempre fome é vontade de comer )
o resultado é um sistema quase definitivo.
porque são muitos os adereços persuasivos.
sem visibilidade , nós , os incautos , mordemos a isca .
partitura de um refrão infindavel e pertinente.
na patria da chuteira : ¨ a bola ¨
nossa enciclopédia esférica
onde a palavra ¨ peculato ¨
atinge seu mas alto grau de aspereza.
( moisés poeta)
¨ A CRÔNICA DOS RATOS ¨
o modelo elitista
a direita fascista
a esquerda oportunista.
(nem sempre fome é vontade de comer )
o resultado é um sistema quase definitivo.
porque são muitos os adereços persuasivos.
sem visibilidade , nós , os incautos , mordemos a isca .
partitura de um refrão infindavel e pertinente.
na patria da chuteira : ¨ a bola ¨
nossa enciclopédia esférica
onde a palavra ¨ peculato ¨
atinge seu mas alto grau de aspereza.
( moisés poeta)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
o silogismo da amizade
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
leminsk , o poeta
paulo leminsk , um dos meus poetas preferidos , não poderia deixar de ser lembrado aqui nesse blog. ele se foi... mas a poesia que ele deixou continua a sua caminhada.
¨BEM NO FUNDO¨
no fundo , no fundo.
bem lá no fundo.
gostariamos de ver nossos problemas
resolvidos por decreto.
a partir desta data,
aquela mágoa sem remedio
é considerada nula
e sobre ela -silencio perpétuo.
mas alguns problemas não se resolvem.
problemas tem familia grande.
e aos domingos saem todos para passear.
o problema , sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
( paulo leminsk)
¨BEM NO FUNDO¨
no fundo , no fundo.
bem lá no fundo.
gostariamos de ver nossos problemas
resolvidos por decreto.
a partir desta data,
aquela mágoa sem remedio
é considerada nula
e sobre ela -silencio perpétuo.
mas alguns problemas não se resolvem.
problemas tem familia grande.
e aos domingos saem todos para passear.
o problema , sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
( paulo leminsk)
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
LÂMINAS
O QUE DESMONTA AQUELE CORAÇÃO AMARGURADO
SÃO AS HORAS MARCADAS CORRENDO EM DESALINHO.
NO SONHO SEM PERCURSO
NA ROTA ESTAGNADA...
O QUE DESMONTA AQUELE CORAÇÃO AMARGURADO
É O CAMPO INFÉRTIL DE TODAS AS MANHÃS SEM LUZ.
DE CHÃO RACHADO , DE FENDAS QUE NÃO SE FECHAM.
SEMENTES QUE NÃO GERMINAM...
É O APOIO SUSPENSO DE SUA CAMA FEBRIL.
ONDE REPOUSA AS SUAS AGONIAS.
MAS O QUE MAIS FERE E DESFIGURA
É A DOR DE VER-SE MASTIGANDO OS DIAS.
(Moisés Poeta)
terça-feira, 17 de novembro de 2009
OS USUÁRIOS
Quem são eles que saem nas madrugadas escuras e frias,
tropeçando em calçadas com passos largos e aflitos?
Quem são os aventureiros
que se afundam no escuro das noites
longas e vazias?
Tão vazias e negras noites
que , delas, dificil é ver o amanhã...
Mas lá vão eles.
desenhando pegadas confusas em caminhos estreitos.
São eles : euforicos notivagos
dobrando esquinas silenciosas
em rotas nocivas e viciadas.
E sempre
Na contra-mão
Dos
Ventos...
(moisés poeta)
domingo, 15 de novembro de 2009
O COMPASSO
a aranha e o dilema de existir.
dentro do seu quadrado o silogismo norteia sua vida.
sua existencia depende de outra existencia.
a mosca é arrancada do seu descanso,
conectando-se, definitivamente, á engrenagem.
dentro do seu quadrado o silogismo norteia sua vida.
sua existencia depende de outra existencia.
a mosca é arrancada do seu descanso,
conectando-se, definitivamente, á engrenagem.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
esse é o grande poeta manoel de barros
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
(manoel de barros)
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
(manoel de barros)
domingo, 11 de outubro de 2009
A RÃ E O ESCORPIÃO
muitos lembram que orson welles a contava no seu filme mr. arkadin.
um escorpião , que desejava atravessar um rio , disse a rã :
-me carregue nas costas até o outro lado.
-eu, carregar voce nas costas?-respondeu a rã -de jeito nenhum !
conheço-o bem , se eu te levar nas costas voce vai me picar e vai me matar!
-não seja estupida!-disse o escorpião-se eu a picar voce vai parar no fundo do rio,
e eu, que não sei nadar, vou acabar me afogando!
por um momento os dois continuaram a repisar seus argumentos,
e o escorpião mostrou-se tão persuasivo que a rã aceitou leva-lo nas costas
até o outro lado do rio.
ela o colocou sobre suas costas escorregadias , onde ele se agarrou, e eles começaram a travessia.
quando chegaram no meio do amplo rio o escorpião de repente picou a rã.
esta sentiu o veneno fatal se espalhar pelo seu corpo, e enquanto afundava e arrastava
consigo o escorpião para o fundo , ela lhe gritou:
-esta vendo ? eu tinha falado! porque fez isso ? o que deu em voce ?
-desculpe ! não pude evitar-disse o escorpião antes de afundar junto com a rã-
é a minha natureza.
(fragmento do livro -"o circulo dos mentirosos"-de jean claude carriére)
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
e a nave , vai ?
barco á deriva.
o timoneiro cego
e boquirroto
dá as ordens
sem rações.
clandestinos
e mercenarios
sabotam operações.
há muitos ratos a bordo.
o comandante desnorteado
não sabe onde é o leme.
indica o leste
e grita:- terra á vista.
mas vende a prestações.
a carne é pouca
o tempo curto.
as bocas são muitas e vorazes.
e la vão todos.
mestres que enjoam em terra,
percadores de aguas turvas.
o imediato é da esquadra inimiga.
todos porém no mesmo barco.
marinheiros de ultima viagem
em direção ao fundo.
no porão, escravos.
em volta, tubarões.
a bússola , que norteia
aponta o sul.
(erico verissimo)
o timoneiro cego
e boquirroto
dá as ordens
sem rações.
clandestinos
e mercenarios
sabotam operações.
há muitos ratos a bordo.
o comandante desnorteado
não sabe onde é o leme.
indica o leste
e grita:- terra á vista.
mas vende a prestações.
a carne é pouca
o tempo curto.
as bocas são muitas e vorazes.
e la vão todos.
mestres que enjoam em terra,
percadores de aguas turvas.
o imediato é da esquadra inimiga.
todos porém no mesmo barco.
marinheiros de ultima viagem
em direção ao fundo.
no porão, escravos.
em volta, tubarões.
a bússola , que norteia
aponta o sul.
(erico verissimo)
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sugestão de poeta
em plena avenida paulista , na cidade de são paulo, encontra-se a casa de poesia haroldo de campos , aberta para o grande público . uma otima opção para quem gosta de poesia .
lugar super aconchegante onde muitas pessoas se encontram para uma boa conversa , algumas até para tirar fotos . sugiro para todos os amantes de poesia.
lugar super aconchegante onde muitas pessoas se encontram para uma boa conversa , algumas até para tirar fotos . sugiro para todos os amantes de poesia.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
equivoco na literatura
no caminho com maiakóvski
“EDUARDO ALVES DA COSTA é autor de alguns dos maiores e mais belos poemas da língua portuguesa. O fragmento de um deles, No Caminho, com Maiakóvski, sem dúvida o mais popular — transformado em bandeira contra a ditadura nos anos 70, em pôster, cartões postais, estampa de camiseta da campanha Diretas Já, mensagem massificada na Internet — já foi conhecido, em todo o Brasil, como o poema mais famoso e representativo de... Vladimir Maiakóvski, o poeta russo. O equívoco, que durou muitos anos, é mais uma vez corrigido.
no caminho com maiakóvski
“EDUARDO ALVES DA COSTA é autor de alguns dos maiores e mais belos poemas da língua portuguesa. O fragmento de um deles, No Caminho, com Maiakóvski, sem dúvida o mais popular — transformado em bandeira contra a ditadura nos anos 70, em pôster, cartões postais, estampa de camiseta da campanha Diretas Já, mensagem massificada na Internet — já foi conhecido, em todo o Brasil, como o poema mais famoso e representativo de... Vladimir Maiakóvski, o poeta russo. O equívoco, que durou muitos anos, é mais uma vez corrigido.
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
labirinto
" eu não sou triste ; a alegria vive sempre dentro de mim , prisioneira ...
basta apenas que ela encontre o caminho da saida.
o problema é que eu sou um labirinto... ¨
(moisés poeta)
basta apenas que ela encontre o caminho da saida.
o problema é que eu sou um labirinto... ¨
(moisés poeta)
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